versão em português
BRUNCHS ET PETITS DÎNERS POUR TOI ET MOI de Louise Blair (MARABOUT, 2010) traz ideias de pratos rápidos, sobremesas e café-da-manhã, todas receitas muito práticas e dosadas para dois. Entre os menus que montei usando o livro, este de inspiração marroquina é um dos meus favoritos, já que consumo a sêmola de trigo regularmente e adoro o contraste docinho que as frutas secas trazem ao prato. E apelar para mais frutas secas na sobremesa não fica enjoativo, juro! É questão de saber dosar a quantidade no prato principal e quebrar o doce da sobremesa com um creme batido, sorvete ou froyo.
MENU MARROQUINO
PRATO: CORDEIRO À MODA MARROQUINA E CUSCUZ (SÊMOLA DE TRIGO)
10 min + 1 hora de marinada
5 min
2 pessoas
Ingredientes:
- 4 costelinhas de cordeiro
- 2 col (café) de ras el-hanout
- raspas e suco de 1/2 limão
- 1 dente de alho amassado
- 1 col (sopa) de azeite de oliva
- 300 ml de caldo de galinha fervente
- 150 g de sêmola de trigo para cuscuz
- 4 damascos frescos ou secos (troquei por passas brancas e pretas e deixei o damasco para a sobremesa)
- 50 g de amêndoas branqueadas e grelhadas picadas grosseiramente
- sal e pimenta do reino
- 2 col (sopa) de folhas de coentro picadas
- sementes frescas de coentro: meu toque na receita!
Preparo:
Primeiramente, é preciso preparar uma marinada com o tempero ras-el-hanout, suco e raspas de limão, alho, azeite, sal e pimenta e envolver a carne, deixando marinar e pegar gosto por, no mínimo, uma hora. A receita ensinada no livro é feita com costelinhas de cordeiro ou fatias de carne de carneiro. Nunca experimentei essa proteína, mas advertida sobre seu sabor marcante, havia optado por carne bovina, à qual estou mais acostumada. Aí acabei olhando para um carré de cordeiro no açougue e pensei: se não experimentar hoje, experimento é nunca! Comprei. Bom, depois do tempo de repouso, a carne é grelhada por 2 minutos de cada lado, até que fique dourada por fora e rosinha por dentro, ao ponto. Acabei grelhando um minutinho a mais e as costelinhas ficaram menos rosadas do que eu pretendia, algo entre ao ponto e bem passada, mas ainda suculenta. Se a ideia for um prato vegetariano, vale trocar a carne por legumes assados bem temperados e cortados de forma rústica, tais como berinjela, abobrinha e cenoura.
Para preparar o cuscuz, basta hidratar a sêmola com o caldo de galinha quente, tampando o recipiente por 5 minutos. Os grãos irão inchar e o cuscuz dobrar de volume. Depois é só separar os grânulos com o auxílio de um garfo. O que costumo fazer é adicionar um pouco de azeite de oliva para facilitar a tarefa e agregar sabor. A seguir, mistura-se à sêmola os damascos (reidratados, já que é difícil encontrar frescos no Brasil) ou passas, as amêndoas e as folhas de coentro. Além das folhas, acrescentei as sementes frescas da erva, o que fez, francamente, muita diferença! Temperei com pimenta do reino e não coloquei mais sal, pois o caldo de galinha já era salgado.
Para quem não conhece o ras-el-hanout, trata-se de uma mistura de especiarias típica do norte da África, cuja composição e dosagem variam de família para família, de barraquinha na feira para barraquinha na feira. Alguns componentes comuns são o cardamomo, o cravo, a canela, o coentro, o cominho, a páprica, alguma pimenta, a noz moscada (incluindo a casca que envolve a noz moscada propriamente dita) e a cúrcuma. O mix que adquiri na França é uma entre tantas versões e é composto de pimenta preta, alho desidratado, gengibre, grãos de mostarda, canela, noz moscada, pimenta forte, páprica e cravo. Nunca encontrei à venda aqui no Brasil nem o francês e nem o africano, mas é possível encontrar todas as especiarias que podem compor o tempero e fazer em casa seu próprio ras el hanout. Estou a uma colher de sopa de fazê-lo e contarei o processo aqui no blog.
Minha avaliação do prato: em primeiro lugar, valeu a experiência de experimentar carne de cordeiro e romper o preconceito. De fato, o gosto é particular, é diferente da carne bovina, mais intenso, mas gostoso. Não é minha proteína favorita, mas comeria novamente em quantidades moderadas. Todavia, prefiro servir a sêmola acompanhada de uma paleta na pressão, franguinho com especiarias e até camarão nos dias de riqueza. Quanto ao cuscuz, sem vegetais (sempre uso cenoura e abobrinha) e sem molho da carne, ficou demasiado seco ao meu gosto, embora saboroso em função das sementes de coentro.
SOBREMESA: COMPOTA DE FRUTAS SECAS E TORRADA
5 min + infusão
5 min
2 pessoas
Ingredientes:
- 150 g mix de frutas secas (damasco, figo, ameixa, passas, cramberries, etc)
- 150 ml suco de maçã
- 150 ml chá preto forte
- 1 anis estrelado
- 1 pau de canela
- 15 g manteiga sem sal
- 1 pitada generosa de canela em pó
- 2 fatias de pão de nozes (essa semana eu havia feito pão com sementes de girassol – serviu)
- 1 col (sopa) açúcar
Preparo:
Levar ao fogo as frutas secas (usei ameixa, damasco e blueberry) com o suco de maçã, o chá, o anis estrelado e a canela. Assim que ferver, desligar o fogo e deixar as frutas hidratando por 20 minutos. À parte, misturar a canela em pó à manteiga e passar nas fatias de pão. Salpicar o açúcar e levar os pães à sanduicheira, coberta de papel alumínio, por 3 ou 4 minutos para dourar. Achei assim mais prático que levar ao forno como indicado na receita original. Servir as torradas com a compota de frutas secas e uma bola de sorvete de baunilha. Como tinha em casa um frozen yogurt de kefir e tamarindo enriquecido com chia e linhaça, achei que um gelado mais azedinho cairia bem. E para avacalhar, tostei nozes quebradas e salpiquei por cima de tudo. Gostei muito dessa sobremesa e acho que comeria até no café da manhã ao estilo pão com chimia (geleia pedaçuda).