
Aqui nos Alpes franceses a temperatura está cada vez mais baixa e as noites que começam lá pelas 17 horas (quando o céu cinza e sem uma nesga de sol cede espaço ao breu completo) clamam por uma bebida quentinha e reconfortante. O ar de Grenoble nessa época do ano tem, para mim, cheiro de São João, cheiro de pós-fogueira e isso não tem explicação lógica, é uma espécie de reconstrução afetiva com memórias particulares de lá e de cá. Pois foi imbuída desse misto do frio e do bom de cá com o menos frio e tão bom quanto de lá que noite passada eu quis colocar numa xícara o conforto de outrora e o calorzinho do meu agora. Uma dose de castanha de caju que transporta à casa primeira, outra de castanha portuguesa do novo chão e a cada gole essa sensação de que – mais que ser – estar e transitar é muito bom. #PostCulinárioPósSessãoDeTerapiaDáNisso


A castanha de caju entra na receita como base do leite vegetal que deixa o chocolate bem cremoso e aveludado. A castanha portuguesa, em plena temporada, entra para trazer ainda mais dulçor e delicadeza à bebida que dispensa a adição de outros açúcares. Ela dá na Europa em tempo frio, mas não é fácil encontrá-la no Brasil – quanto mais longe do outono/inverno. Vi só uma vez na zona rural da serra gaúcha, nunca à venda em mercados. Mas calma, calma, não criemos pânico porque para esse chocolate quente você vai precisar do doce de castanha portuguesa, não da castanha in natura e pra isso dá-se um jeito! Em alguns empórios, casas de especiarias e de produtos gourmet é possível encontrar a « confiture de châtaignes à la vanille » da marca francesa Bonne Maman, aquela das geleias translúcidas, feitas à moda antiga sem aditivos além do próprio açúcar ou pectinas além da própria fruta. É produto importado e pode doer no bolso, então para uma versão mais econômica pode-se usar o marrom glacê à brasileira, o bom e velho doce de batata doce concebido justamente para imitar o sabor da castanha portuguesa que não é típica em nossas terras. A ideia pode soar estranha, mas a batata doce traz, além de dulçor, uma textura aveludada às bebidas como mostro nessa vitamina matinal com especiarias.

Chocolate quente vegano de castanha de caju e castanha portuguesa
- 80 g de castanha de caju crua
- 240 ml de água morna
- 1 colher de sopa cheia de cacau em pó
- 2 colheres de sopa de doce de castanha portuguesa (confiture de châtaigne)
- algumas gotas de essência de amburana (ou de cumaru ou de baunilha)
O primeiro passo é fabricar o leite de castanha de caju. Para isso, deixe as oleaginosas de molho na geladeira por ao menos 4 horas. Costumo deixar a noite inteira hidratando e amolecendo para preparar o leite no café da manhã, mas também é possível extrair o leite de castanha express demolhando os frutos em água quente por alguns minutos. Em todo caso, jogue fora a água do molho e lave as castanhas em água corrente. Em seguida, liquidifique-as com o dobro do seu peso em água: para 120 g de castanha demolhada use 240 ml de água filtrada. Usando um processador, triturador manual (mixer) ou liquidificador bata até obter um líquido homogêneo e levemente espesso. Bem batidinho, não é necessário peneirar. Adicione o cacau em pó, a essência aromatizante (opcional) e bata novamente para incorporar. Leve ao fogo até quase ferver e incorpore as colheradas de doce de castanha portuguesa, mexendo para bem dissolver.

Miam miam voilà un bon chocolat
Bonne journée
Bisous
J’aimeJ’aime
Très appétissant ce chocolat chaud et parfait avec les froides températures actuelles !! Bonne soirée, bisous
J’aimeAimé par 1 personne
ça a l’air super bon!! je ne connais pas! belle journée bisous
J’aimeAimé par 1 personne
Un bon chocolat chaud bien réconfortant avec ce froid. Bonne soirée
J’aimeAimé par 1 personne